domingo, 12 de abril de 2009

Humanidade Como Força Geológica IV

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Pesca

Peixes, as vítimas maiores de nossa presença na Terra

Durante a segunda guerra mundial, com a presença de submarinos e navios de guerra de praticamente todas as nações beligerantes, os mares e oceanos apresentaram uma inusitada situação, a da ausência de grandes barcos pesqueiros. Como resultado, seguindo as previsões de Darwin, que são válidas desde bactérias até baleias e elefantes, a população de peixes das mais variadas espécies explodiu.

É de se observar, que ao contrário de espécies ou que exploramos, como as vacas e o trigo, ou das espécies que convivem conosco, como os pardais e os pombos, ou das que gostamos pela companhia, como os gatos e os cães, os peixes são produzidos para alimento em quantidade pequena em relação ao pescado, e são, de certa maneira, extraídos em escala quase de mineração das massas de água doce e salgada do planeta.



Claro que pode-se afirmar que hoje cultivamos espécies marinhas e de água doce, desde salmões, tilápias até ostras, inclusive em quantidades de indivíduos que são maiores que as que tais espécies apresentaram na natureza antes de nossa ação. Mas não devemos esquecer que o grande volume de espécies que pescamos e removemos, para qualquer fim, das águas é imensamente maior que o número de espécies que cultivamos.

Atunídeos, um dos grupos de peixes mais ameaçados pela pesca.

Assim, em contraste com a explosão populacional verificada durante a Segunda Grande Guerra, é capaz que (e tal parece já acontecer) determinadas espécies venham a sofrer colapsos populacionais (aqui, a genética muitas vezes é a senhora de todos os fenômenos) ou que mesmo para espécies que não pescamos, venham a cusar impactos altamente destrutivos em outras que dels dependam. Igualmente, a pesca de determinadas espécies, principalmente de água doce, produzem a proliferação de espécies que são ou nocivas ou sejam vetores de espécies que nos são nocivas.

Especialmente problemática é a questão dos efluentes urbanos e industriais para as massas de água, tanto rios e lagos quanto das costeiras de nossos mares e oceanos, inclusive para a atividade pesqueira, mas aqui pularei este problema.




Tenho de destacar, que mesmo para uma possível de ser chamada de "pesca esportiva", nossa escala é tal hoje que ameaçamos inclusive espécies de grande porte de peixes, de onde imagens como as relatadas em O Velho e O Mar, de Ernest Hemingway, levado as telas com Spencer Tracy no papel principal, e solitário, em The Old Man and the Sea (1958) ou mesmo o tubarão branco (de tamanho bem razoável) de Tubarão (Jaws, 1975), de Steven Spielberg, passem a apenas existir como representados na literatura e nestas películas.


Pela agricultura e seus correlatos desenvolvimentos de genética, fertilizantes e defensivos, realizamos um, até podemos dizer, milagre da multiplicação dos pães, mas garanto que o correspondente dos peixes não realizaremos.

Assim, a escala de nossa atividade extrativa (e de nossa própria escala de população, pois ao que parece, os homens gostam de comer peixes e outros frutos das águas) de espécies de massas de água pode vir a ser o fim desta própria atividade, ainda que não represente, como triste metáfora evolutiva, o fim exatamente de onde iniciamos nossa caminhada sobre este planeta.

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