domingo, 3 de maio de 2009

Star Trek


Primeiramente, e espero não receber comentários "tomate", nunca fui um ardoroso fã de Star Trek, nem um trekker (os verdadeiros e nobres fãs), nem um trekkie (os mais patológicos, aqueles que chegam a se vestir NO DIA A DIA de tripulante da frota).

Mas tenho profunda admiração por N coisas criadas no universo de Gene Roddenberry.

Suas idéias sobre o futuro político da humanidade, numa união de raças (etnias), credos, hábitos (tatuagens maori, por exemplo), origens linguísticas, etc.

Nos passos futuros de sua série e derivados, criou até a associação dentro deste esquema pluritário de antigos inimigos, como vemos os klingons (em clara citação ao império soviético e o fim da guerra fria). Ou seja, transcende o étnico humano para o "interespécico", a comunhão entre seres vivos (mesmo com as notórias limitações até de produção, caracterizando espécies pelo simples acréscimo de maquiagem na testa - embora tenha acrescido na série "clássica" até uma preocupada "mãe" a base de silício).

Destaco também um tratamento desde o primeiro momento respeitoso pela fictícia porém bela religiosidade dos klingons.

Suas noções comunistas sobre economia. Sim, releiam. Os tripulantes não precisam mais de salário propriamente dito, pois dispõe de créditos proporcionais a sua atividade (o que em si é salário, mas...) e todos são carregados de funções e responsabilidades, e citações a riqueza ou mesmo a propriedade privada são bastante limitadas em toda a série. E casa tal visão de mundo, embora deva se destacar, completamente democrático, meritocrático e ordeiro com o próximo comentário.

Gene Roddenberry, lançou, mesmo neste mundo utópico, de um futuro asséptico (contrastante por exemplo com o sujo, envelhecido, defeituoso e corrupto do período imperial de Star Wars), uma motivação para nosso futuro: O CONHECIMENTO. E esta busca passa ser a motivação pela felicidade num mundo de abundância material e pouco sofrimento (tirando quando a espécie da próxima esquina tenta destruir o planeta...).
Visto que o universo é vasto, e mesmo se limitando em geral a apenas a limitada Via Láctea e mesmo nesta a apenas alguns "setores", no jargão do seu universo criativo, o volume de coisas a conhecer é tão grande que aí está a motivação de nosso futuro. E a série chega a citar não só biólogos, a estudar ecossistemas, mas também arqueólogos, ou melhor "exoarqueólogos", estudando civilizações antigas e até extintas nos inúmeros mundos que em no universo de Star Trek visitamos.

Sobre o vanguardismo racial: basta dizer que colocou o primeiro beijo interracial na televisão americana. Preciso dizer mais?



A lógica de Spock, com pérolas que devem ser ouvidas, lidas e relidas por todos os homens, como: A Primeira Lei da Metafísica de Kiri-kin-tha: Nada irreal existe. (Star Trek IV: The Voyage Home), a apresentação de paradoxos e um tanto de uma ética quase irretocável, como "A necessidade de muitos supera a necessidade de um." (Se errei, por favor, algum fã me corrija!)

Com tudo isso, perdoamos a falta de naves menores que levou ao exótico (e difícil de tratar) teletransporte, os interiores da Enterprise da primeira série que mais pareciam um edifício de escritórios com divisórias de derivados de celulose, as maquiagens terríveis, os cenários de papelão e plástico, as cortinas coloridas cobrindo quase tudo que não fosse humano, as poucas cenas externas nos arredores de Los Angeles, pela canastrice de Willian Shatner, etc, da série clássica.

Agradecemos pela qualidade*e delírio criativo da série de desenhos animados de 72-73, em que mesmo roupas espaciais não eram mais necessárias, pois bastavam os "campos de força".

*Eu discordo gravemente da Wikipéda {{pt}} neste aspecto, pois sempre fui um grande admirador da técnica limitada, mas perfeitamente adequada à televisão dos comandados por Norm Prescott e Lou Scheimer, e sua representação da figura humana era simplesmente inigualável na animação de então.

Agradecemos pelo belíssimo e profundo filme de ficção do mestre Robert Wise. Nem falemos das trilhas sonoras, em especial, quando sob a batuta do mestre absoluto Jerry Goldsmith.

Peço que me perdoem pela piada de que alguma praga terrível aconteceu entre o século XXIII e o XXVI que extinguiu as mulheres lindíssimas da série clássica em relação as boas atrizes, mas esteticamente nem tanto, de "a nova geração".

Peço também que me perdoem pela outra piada de que com todo o avanço tecnológico, a calvície de Patrick Stewart não tenha sido curada (aliás, GRANDE ATOR, com todas as letras).

Agradecemos pelas vulcanos gostosas, pelas borgs gostosas (sim, nem estas ele perdoou), pelas klingons saradas, pelas classudas romulanas!



Que venha esta nova fase, que renasça ainda mais forte a obra seminal de Gene, que gere muitos frutos e motive outros tantos a tudo que motivou em muitos estes anos todo, e que tenha vida longa e próspera!

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