segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ovelhas no campo, a cor dos cisnes e dos corvos.

Primeiramente, vou citar um texto que avalio que deve começar a ser clássico para quem insiste em confundir, mesmo sem chegar-se a demonstrações "poderosas", que Física seja a Matemática, e vice versa, apresentado por Simon Sigh, aqui nas minhas palavras:

"Ao se observar um grupo de ovelhas pretas pela janela de um trem, apenas podemos afirmar que no local onde passamos, daquele lado da linha do trem, naquele momento, daquele lado dos exemplares vistos, sua lã é preta."

O texto original já está no "Google Books".

Este é o raciocínio, segundo Singh, de um matemático, que sempre evita qualquer generalização, pois este é seu mundo, onde intermináveis testes não vão conseguir provar que x^n+y^n=z^n para n>2 não aceita soluções inteiras e que qualquer outro número par não testado não seja soma de dois números primos.

Mas também deve ser o raciocínio, por um caminho um tanto inverso de um físico (e qualquer dos cientistas subordinado às implicações desta ciência) ao não afirmar que, voltemos as nossas ovelhas, a não ser as ovelhas já examinadas neste campo, até o momento e em todos os ângulos examinados, apresentam outra cor que não a preta.

Matemáticos e seu mundo lógico peculiar permitem demonstrações, Físicos e demais cientistas, não, necessitam evidências.


Esta mesma questão foi tratada por Popper, no que podemos definir como "a cor do cisne", que eu prefiro tratar como "a cor do corvo", pelo simples motivo que também corvos são mais claramente até hoje conhecidos como sendo pretos e não de outra cor, e por infeliz motivo didático, já conhecemos cisnes que não brancos. Resumo o meu argumento com a simples pergunta, que devasta quem tenta discutir isto comigo, quando insiste em usar lógicas aristotélicas puras e simplórias para problemas científicos e físicos, quando não religiosos: EXISTE CORVO VERMELHO?

Notemos que uma resposta afirmativa, implicaria em negar o até hoje não evidenciado, que é um único corvo que seja avermelhado, quanto muito, ou mesmo na negação, perguntar, até com maldade, e espero que só esta pergunta já clareie em definitivo a questão, se conheceu todos os corvos do mundo, ou mesmo (e notemos aqui uma útil desonestidade utilizando o que seja o empirismo quando extremado) se conhece todos os planetas para onde foram abduzidos corvos ao longo da história humana e que foram modificados em cores agradáveis aos alienígenas.

Qual a razão do aparentemente insano parágrafo acima?

Novamente, em ciências popperianas não afirma-se aquilo que é, mas aquilo que jamais se evidenciou diferente.

Logo, não interessa que existam ou não alienígenas abduzindo corvos, não interessa que todos os corvos hoje vivos sejam pretos, nem mesmo, agora atento para o detalhe, que tenha existido um corvo na história mutante em rúbea cor. O que interessa, para o estudo deste animal, é que não exista um corvo vermelho conhecido pela ciência.

Aqui acrescento: 1)que o uso do corvo é também adequado para se trazer a tona o "paradoxo do corvo", que mesmo não sendo propriamente um paradoxo, apenas conhecido popularmente assim, mostra que construções lógicas puras, sem um tratamento empírico quando se trata de modelar, e mais que modelar, fazer afirmações sobre a natureza, podem levar à conclusões perigosas, quando não completamente absurdas, quando não também ao pé do que seja o ridículo.

Mais tecnicamente, aceitar em lógica afirmações, juízos, asserções particulares, de maneira precipitada e absoluta, implica em aceitarmos outras coisas como universais, o que este "paradoxo" mostra que é um absurdo. Como seguidamente diz um conhecido formado em Filosofia, e a frase não é dele, e sim de todos que estudam ou estudaram Filosofia mais seriamente: a linguagem, logo a lógica, possui limitações.
2)que a cor vermelha para aves não é de forma alguma uma insanidade, basta ver as araras, logo, perguntar isso não é o mesmo que questionar, em ordem crescente de uma argumentação desonesta, sobre um leão azul (mamíferos de pelos azulados me parecem mais que claramente raros), um unicórnio (poderia haver um equino com um único chifre na história da vida, mas não afirmo em si isto), um grifo (me parece que um animal com corpo de equino ou leão, cabeça de ave de rapina e ainda dois membros extras como asas com penas não seja fruto da ancestralidade, mas da imaginação, embora no futuro, quem sabe, possa ser perfeitamente exequível), mas convenhamos que um monstro voador formado de espagueti ou um unicórnio rosa e invisível já começam a se tornar uma desonestidade maior que as que cometi, utilmente acima.
Nisto, exatamente está a utilidade como ironia do Monstro do Espagueti Voador (M.E.V.) e do Unicórnio Rosa Invisível (U.R.I.) como contra-argumento para os criacionistas e similares.




Aqui, acrescentemos uma observação: se os logicismos portanto não permitem nem mesmo se saber as cores dos corvos e das ovelhas, o que se há de se dizer de tudo que existe, e como este tudo se comporta, ou mais ainda, de tudo que existe ao longo de toda a história e mais que isso, do próprio tempo, que defina a história?

Por estas e por outras, que da mesma maneira que provar a existência de tudo que existe pela conclusão por logicismos por um "ser" total, perfeito (seja lá o que for isso), consciente, complexo é tão errôneo, ingênuo, infantil e ignorante frente ao que seja a história da Filosofia e os mínimos fatos quanto o é chegar a uma formação do tudo a partir de seja lá o que material, dentro de transformações não evidentes por matemática simplória, ou mesmo uso inconveniente e errôneo do que seja qualquer critério de escolha de hipóteses, como a navalha de Ockham, ou mesmo afirmar a partir do que seja o "filosófico nada", usando de nossa apreensão limitada do espaço (a janela do trem para as ovelhas), e do tempo (o instante que olhamos as ovelhas), ou mesmo, o número de vezes que vimos os fenômenos, combinação dos dois (o número de corvos que vimos a cor) ou mesmo o que avaliamos como o que seja (ou alguém aqui duvida que o rubro muito profundo não seja chamado e visto como preto por inúmeros homens sobre a Terra, ou por acaso conhece também todos os homens do planeta?).

Assim, concluimos que toda a metafísica que não seja crítica (no sentido de criticar o que se afirme sobre o mundo) está morta e enterrada, ou como sempre repito, aos moldes de Heidegger, destruida.

Assim, esta é, em outras palavras e outro método, a história do pensamento científico, e filosófico, da ciência, saindo da errônea metafísica construtivista de Aristóteles e Tomás de Aquino, entre outros, passando por Byron, Kant e Hume, e chegando ao seu aperfeiçoamento final em Popper e Kuhn. Agora, nada mais nos resta que olhar pelas janelas limitadas que temos, para os lados do campo que podemos, no ângulo que conseguimos, para olhar poucas ovelhas e corvos, e afirmar, com extrema prudência, a cor que deles evidenciamos (se é, caro leitor, que não confundimos um novo animal, semelhante ao extremo com uma ovelha ou um corvo).

Em suma: o empirismo é definitivo em ciências popperianas e nestas, as naturais, e o império do MODUS TOLLENS será eterno, apenas escavaremos terra para cobrir o colossal buraco de nossa ignorância, e curiosamente, estamos nele, e não fora dele.

Obs.: Nesta blogagem tratei mais de Filosofia da Ciência do ponto de vista de sua lógica, e infelizmente, repetirei quase à nausea alguns pontos aqui tratados noutro texto, voltando à questão de Matemática não ser Física.
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8 comentários:

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