quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Criptozoologia e certas confusões

Recomendo cuidado com a confusão do que seja criptozoologia dentro de determinada definição - pois em termo stricto sensu é uma pseudociência bem caracterizada - com animais (ou qualquer ser vivo) ficcional.

Explico.

Um exemplo de “criptido” da  Criptozoologia:

“Existe um tipo de preguiça gigante ainda vivo no cerrado brasileiro?”

Obs.: Associado com o mito e descrições do que seria o “mapinguari“.

Aqui num sentido lato sensu para criptozoologia, que inclua investigações sobre animais dos quais existem relatos minimamente sérios e possíveis, não interessando que o animal exista ou não, pois há uma coerência bem razoável, pois existiram preguiças (ditas) gigantes e outras menores, mas ainda grandes animais, na América do Sul.





O problema do que trata-se por aí de Criptozoologia são os métodos, típicos das pseudociências.

Outros exemplos: 

Existe alguma espécie de felino maior que a onça pintada na Amazônia?
Há relatos de indígenas que dizem que sim - seja no passado e atualmente já extintas.


Felinos do passado: www.pinterest.co.uk


Há alguma espécie de cobra maior que a sucuri na região amazônica? 

Aqui ninguém precisa de uma cobra de 30 metros, bastando uma de 15, por exemplo, maior que as maiores sucuris já registradas, e os dois animais aqui citados são também biologicamente aceitáveis. (Basta ver a Titanoboa cerrejonensis.)


Agora vamos para os seres ficcionais. “Dragões do universo das Crônicas (ou Uma Canção) de Gelo e Fogo (Game of Thrones) são aparentados com uma criatura subterrânea nesse universo descrita?” Seres vivos ficcionais, que possuem o objetivo de tornar tal universo coerente, até em termos evolutivos, ao gosto do autor e necessidades de atender seu público específico. Tenho, por exemplo, muita simpatia pela concepção dos Mûmakil ("olifantes", no tempo adotado em português) do universo de O Senhor dos Anéis.
Council of Elrond
O primeiro caso é claramente pseudociência quando o "purgante" em questão afirma que existe o ser, e não que ele possa ser conjecturado e buscadas suas evidências. Aqui, claro, provavelmente o exemplo mais marcante de criatura desta dita criptozoologia de tão insistentes - e até perdulários com suas “pesquisas” devotos - seja o “monstro do lago Ness”, concorrendo de perto com os “abomináveis homens das neves” e os ‘pés grandes”, ou, como prefiro, por influência de marcante personagem da Marvel, “sasquatch”. O segundo caso, repetimos, faz parte da construção de um universo ficcional coerente, sendo um meio muito útil de tornar um universo ficcional, especialmente em ficção científica, mais “sólido”, até (exo)biologicamente falando.

Leituras recomendadas

pt.wikipedia.org - Mapinguari pt.wikipedia.org - Lista de animais estudados na criptozoologia Uma leitura especialmente recomendada, de outro problema: Charles Morphy D. Santos; Taxonomia não é ufologia! - charlesmorphy.blogspot.com.br Nos nossos arquivos: docs.google.com

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